"Mollica brinca nas onze. Faz colagens, pinturas, desenhos.
Faz tudo o que Leonardo da Vinci fazia.
Minto. Leonardo não jogava capoeira." – Jaguar, 1978.
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Orlando de Magalhães Mollica foi um criador plural: arquiteto, urbanista, desenhista, professor, escritor e artista plástico.
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Apaixonado pelo Rio de Janeiro, fez da cidade um elemento central em sua obra. Seus trabalhos foram exibidos em diversas exposições, individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, recebendo prêmios de instituições renomadas, como o Clube de Criação de São Paulo, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a Fundação Nacional do Livro.
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Falecido em 2014, Mollica deixou uma extensa documentação de sua obra composta por ilustrações, pinturas, fotografias, vídeos e textos, que podem ser acessados neste site.
"Com uma boa dose de ironia e outra de vigor plástico, nosso Orlando nos questiona se de fato vivemos a era da multi-inclusão ou se tudo isso não passa de uma velha e esfarrapada camisa da United Colors of Benetton." – Bob N, 2012.
Mollica explorou a visualidade brasileira em toda a sua pluralidade, valendo-se de um repertório diversificado de formas de olhar para o país, especialmente para a cidade do Rio de Janeiro.
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“Lembro-me bem quando Mollica me mostrou seus primeiros trabalhos. Ele já era um desenhista poderoso, conhecedor da anatomia humana, dono de um traço forte, seguro e ágil, uma extraordinária vocação para o desenho clássico.” – Ziraldo, 1983.
Mollica destacou-se como cartunista e ilustrador tendo seus trabalhos publicados em diversos, jornais, revistas e livros, além de exibidas em galerias, centros culturais e museus.
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>> Seguem aqui imagens de desenhos, caricaturas e ilustrações de Mollica.
"O fato é que, no final das contas, após nossas três horas de convivência, a gente saía mais inteligente, mais bem informada, mais articulada, mais inspirada e mais capaz! Não dá pra explicar, em palavras, a mágica que ele trazia pro lugar! Sublime contador de histórias, Mollica discursava sobre o que estivesse preso na garganta e, até para os mais distraídos, sempre sobrava algo existencial ou do imaginário, que acabava sendo transformador pro aluno, inclusive se nada tivesse a ver com o que estava no cavalete ou na mesa de trabalho de cada um de nós.
A sinceridade era seu maior predicado porque você sabia se o seu trabalho em curso, seguia em frente ou ia pro lixo! Seu carisma, sua inteligência e seu talento e sim, seu coração gigante, seguirá impresso no nosso DNA."
Rasaria Redig Nicolaci
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>> Conheças mais sobre o Mollica professor
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“Seus escritos eram todos permeados de ilustrações as mais diversas, como anúncios em jornais, quadros de pintores brasileiros e estrangeiros importantes, desenhos dos etnógrafos vindos ao Brasil nos séculos XV e XVI, e que criaram o “Olhar Paisagístico” do Novo Mundo para os europeus conhecerem, que auxiliava-o a exemplificar sua palavra e seus argumentos.” – Ligia Costa Leite, 2023.
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Apesar de Doutor em Comunicação pela UFRJ, Mollica preferia fugir dos rígidos padrões acadêmicos, optando por uma escrita mais próxima da prosa poética – "malgrado minha pouca intimidade com o gênero," como ele próprio dizia.
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>> Conheças mais sobre o Mollica escritor.
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Graduado em Arquitetura pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual UFRJ, Mollica foi Mestre e Doutor em comunicação pela Escola da Comunicação da UFRJ.
Entre seus cursos complementares, estudou ilustração na School of Visual Arts, em Nova York, e fez Paisagismo no Instituto dos Arquitetos do Brasil, sob a orientação do professor Fernando Chacel, e de Introdução à Economia Política na ABI, coordenado por Paul Singer. Também estudou Semiologia com ninguém menos que Umberto Eco.
Como arquiteto urbanista usou seu talento de desenhista para ilustrar cenas e espaços da cidade em pesquisas sobre os bairros cariocas de Catumbi e Vila Isabel.
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“Dos homens que não cabem dentro de si.
Era assim que seu espírito e seu corpo conviviam um com o outro. O conteúdo transbordava para além do seu continente.
Era homem generoso, de muitas curiosidade e interesses. A ninguém negava os reflexos da sua inteligência, sua graça, seu conhecimento, seu humor, seu desejo." – Lídia Kosovsky, 2023.
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